segunda-feira, 4 de abril de 2011

VIDE - SEIA

Vide- Seia

VIDE
Vide, minha freguesia
 seu nome vem da videira
 tem Nossa Senhora da Assunção
 como sua Padroeira
Nas margens da ribeira de Alvôco
 fica esta aldeia formosa
 tem gente que eu estimo
 muita gente calorosa
Tem um lagar bem antigo
 que há-de ser um Museu
 para que os Videnses no futuro
 saibam como o povo viveu
Tem lá no alto o Calvário
 tem cá em baixo a Igreija
 onde os peregrinos dos povos
 veem rezar à Padroeira
Esta terra bem antiga
 em tempos teve rebanhos
 e era da lã e do leite
 que  Videnses tinham os ganhos
Era mesmo na canada
 no tempo da transumância
 que passavam os rebanhos
 para o pasto em abundancia
E rebanhos vinham de longe
 para na serra entrar
 pagavam 50 reis por ovelha
 Loriga é que ficava a ganhar
Antes teve um Capitão Mór
 que era o Senhor Vinhais
 numa quinta com jardins
 fazia os seus arraiais
Nasceu gente importante
 nesta minha Freguesia
 padres,ministros e doutores
 e homens de sabedoria
Em Vide passou Dom Diniz
 nosso Rei de Portugal
 se a perdiz quiz comer
 em Vide teve de depenar
Vide teve pelourinho
 pois em tempos foi Conselho
 com leis próprias da terrinha
 com prisão que era um cortelho
Casas com paredes falsas
 em tempos houve na Vide
 para esconder os alimentos
 para que caca os não vísse
Houve lutas bem sangrentas
na ponte velha... entre Cacas e Brandão
os Cacas andavam pelos montes
 roubando aos povos o pão
Esta freguesia abandonada
 em tempos produziu pão
 para alimentar seus filhos
 em tempos mais de três mil então
Vide sede de freguesia
 com vinte e oito terrinhas
 hoje quase abandonadas
 foram embora suas gentinhas
Amo esta Freguesia
 pois faz parte do meu ser
 e era neste cantinho
 que gostava de viver


CjM Frádigas


19/10/2009

sábado, 2 de abril de 2011

João Brandão (o Terror das Beiras) e os Cacas

João Brandão (o Terror das Beiras)

por Cândido José Turing Martins a Sábado, 2 de Abril de 2011 às 19:13

João Brandão
Aos doze anos comete o seu primeiro homicídio, na pessoa de um pastor de Gouveia, que mataria como mero exercício de pontaria.
É assim que, ao merecer o elogio de pai e irmãos, inicia a vida pela qual ficaria conhecido.

De nome completo João Vítor da Silva Brandão, nasceu em Midões, Tábua, no dia 1 de Março 1825 e ficaria na memória da população, sobretudo da Beira Alta, durante o século XIX,

Meu bisavô materno, Trisavô paterno- Manuel João Freire (O Costas Largas) , o propriétario e primeiro habitante da Quinta das Fradegas era mais ou menos da mesma idade "muitas vezes se cruzaram até mediram forças"




 João Brandão teve uma amante de seu nome Ana , em Baloquinhas- Vide
Dessa relação nasceu um filho
de seu nome João Augusto Brandão
Foi Barbeiro FEZ MUITAS OPERAÇÕES SALVOU MUITA GENTE
Podemos dizer que foi um dos primeiros ALERTA MÉDICO  do País , a quem os utentes pagavam uma quota anual em generos

 João Augusto Brandão, era o pai  da tia Laurinda do Pavão, que casou com o meu tio materno ; António Martins
( Neta do Terror das Beiras,  casa com neto de Costas Largas)
e viveram no Outeiro-Frádigas




João Brandão

Muitas vezes passou em Frádigas , não para a visitar mas sim em perseguição dos cacas que ao fim de contas nada mais eram que um bando de banduleiros que tudo pilhavam por onde passavam .
Falamos do tempo das lutas sangrentas, que se desenrolaram principalmente entre as fações apoiantes dum lado os Miguelistas do outro os Liberais, essas lutas que se travaram mais nas Beiras, onde os Municípios para mais destabilizar a situação do País contrataram os ditos cacas,  estes acabadas as lutas partidárias, não abandonaram estes montes por cá ficaram pilhando e matando .
Recordo minha mãe contar a história de um homem do pavão que um dia apareceu no sítio do Outeiro-Frádigas ( onde hoje está a  capela de nossa senhora da Boa Sorte), nessa altura aí só havia uma casa , a casa do JOAQUIM MARTINS e  RITA FREIRE  (meus avós maternos) e foi mesmo a ele que o pobre homem veio pedir socorro, e bém alto gritava:- Socorro, socorro, acode-me Joaquim Martins, e foi assim com altos gritos que Joaquim Martins e família acordaram encaminhando-se para a porta, onde o  coitado do homem desabafou ; mataram a minha mulher e olha o que me fizeram a mim, e retirando as mãos do ventre as tripas sairam fora, muitas vezes me enterrogo ; como é possível aquele homem ter percorrido cerca de 2km com as tripas na mão por um caminho que nada mais era que o bordo da levada.
Estes cacas "vandalos" que permanesseram por estes montes durante várias décadas,chegados a qualquer sítio onde houve-se galinhas e borregos por aí ficavam até esgotarem  os mantimentos; os donos ou caseiros do sítio eram acorralados   durante a noite junto com os animais ,  durante o dia trabalhavam debaixo de sua guarda,   falando com alguém que por ali passa-se como se nada estive-se acontecendo, ...cont.


Lá vai o João Brandão
A tocar o violão
Casaca da moda na mão
Atão Atão Atão
Tré tré olaré tré tré
Era a moda do meu pai
Oh pastor, lavrador, enganador
rinhinhó, rinhinhó, ó-ó-ó, ó-ó-ó

(Canção Popular cuja origem está na deportação de João Brandão, para Angola, em 1870, na sequência da condenação por homicídio do Padre Portugal.)



Em Frádigas João Brandão também tinha uma quadra

De vinte e oito que matei
só de um tenho paixão
ter morto um inocente
com um punhal de oiro na mão

Esta história Continua ..........................