sábado, 2 de abril de 2011

João Brandão (o Terror das Beiras) e os Cacas

João Brandão (o Terror das Beiras)

por Cândido José Turing Martins a Sábado, 2 de Abril de 2011 às 19:13

João Brandão
Aos doze anos comete o seu primeiro homicídio, na pessoa de um pastor de Gouveia, que mataria como mero exercício de pontaria.
É assim que, ao merecer o elogio de pai e irmãos, inicia a vida pela qual ficaria conhecido.

De nome completo João Vítor da Silva Brandão, nasceu em Midões, Tábua, no dia 1 de Março 1825 e ficaria na memória da população, sobretudo da Beira Alta, durante o século XIX,

Meu bisavô materno, Trisavô paterno- Manuel João Freire (O Costas Largas) , o propriétario e primeiro habitante da Quinta das Fradegas era mais ou menos da mesma idade "muitas vezes se cruzaram até mediram forças"




 João Brandão teve uma amante de seu nome Ana , em Baloquinhas- Vide
Dessa relação nasceu um filho
de seu nome João Augusto Brandão
Foi Barbeiro FEZ MUITAS OPERAÇÕES SALVOU MUITA GENTE
Podemos dizer que foi um dos primeiros ALERTA MÉDICO  do País , a quem os utentes pagavam uma quota anual em generos

 João Augusto Brandão, era o pai  da tia Laurinda do Pavão, que casou com o meu tio materno ; António Martins
( Neta do Terror das Beiras,  casa com neto de Costas Largas)
e viveram no Outeiro-Frádigas




João Brandão

Muitas vezes passou em Frádigas , não para a visitar mas sim em perseguição dos cacas que ao fim de contas nada mais eram que um bando de banduleiros que tudo pilhavam por onde passavam .
Falamos do tempo das lutas sangrentas, que se desenrolaram principalmente entre as fações apoiantes dum lado os Miguelistas do outro os Liberais, essas lutas que se travaram mais nas Beiras, onde os Municípios para mais destabilizar a situação do País contrataram os ditos cacas,  estes acabadas as lutas partidárias, não abandonaram estes montes por cá ficaram pilhando e matando .
Recordo minha mãe contar a história de um homem do pavão que um dia apareceu no sítio do Outeiro-Frádigas ( onde hoje está a  capela de nossa senhora da Boa Sorte), nessa altura aí só havia uma casa , a casa do JOAQUIM MARTINS e  RITA FREIRE  (meus avós maternos) e foi mesmo a ele que o pobre homem veio pedir socorro, e bém alto gritava:- Socorro, socorro, acode-me Joaquim Martins, e foi assim com altos gritos que Joaquim Martins e família acordaram encaminhando-se para a porta, onde o  coitado do homem desabafou ; mataram a minha mulher e olha o que me fizeram a mim, e retirando as mãos do ventre as tripas sairam fora, muitas vezes me enterrogo ; como é possível aquele homem ter percorrido cerca de 2km com as tripas na mão por um caminho que nada mais era que o bordo da levada.
Estes cacas "vandalos" que permanesseram por estes montes durante várias décadas,chegados a qualquer sítio onde houve-se galinhas e borregos por aí ficavam até esgotarem  os mantimentos; os donos ou caseiros do sítio eram acorralados   durante a noite junto com os animais ,  durante o dia trabalhavam debaixo de sua guarda,   falando com alguém que por ali passa-se como se nada estive-se acontecendo, ...cont.


Lá vai o João Brandão
A tocar o violão
Casaca da moda na mão
Atão Atão Atão
Tré tré olaré tré tré
Era a moda do meu pai
Oh pastor, lavrador, enganador
rinhinhó, rinhinhó, ó-ó-ó, ó-ó-ó

(Canção Popular cuja origem está na deportação de João Brandão, para Angola, em 1870, na sequência da condenação por homicídio do Padre Portugal.)



Em Frádigas João Brandão também tinha uma quadra

De vinte e oito que matei
só de um tenho paixão
ter morto um inocente
com um punhal de oiro na mão

Esta história Continua ..........................

3 comentários:

  1. Por causa de afirmações como a da norte do pastor, para experimentar a ponmtaria, é que João Brandão deu com os costados no degredo, em Angola, como ele disse, "condenado sim, mas não julgado", de um crime de que estava mais inocente que o mais inocente dos inocentes. Acaso não chefgaria, já, o facto de O Município de Tábua ter dado o nome do mesmo à sua Biblioteca? Parece que sim.
    Não se sabe como morreu João Brandão. Diz-se que degolado na Caata e, Angola. Mas em 1951 apareceu uma caveira em Lisboa (?) que se dizia ser do João Brandão. Sabe-se, de fonte limpa ter, ele, sido morto pela forma como se afirmou?.
    Há quem escreva sobre isso, sem fundamento hostórico, mas para entreter, dando uma perpspectiva nova à vida do infortunado João Brandão, condenado, por interesses de terceiros de um crime que não cometeu.
    Já agora, permita-me um comentário O pertérito imperfeito do conjuntivo, escreve-se com dois esses e sem hífen.
    pausancar@mail.pt

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  2. Quem escreve sobre alguém que não coneceu, convém procurar fontes dignas de crédito e até mesmo saber as suas motivações para o que relatam.
    Por exemplo, folhear "O desventurado de Midões", onde César Santos- natural da Vide e sobrinho de João Augusto Brandão, de Baloquinhas (enfermeiro a quem os médicos pediam parecer) que com este privou e em Angola contactou contemporâneos de João Brandão - relata os sentimentos deste acerca de JB, bem como a veneração que os naturais por ele nutriam e pelos seus sentimentos de bondade e justiça.

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    1. cada um escreve as informações que tem. E para que fique sabendo só há dois livros com credibilidade. O livro de "O desventurado de Midões", de César Santos, não é reconhecido pela historiografia. Assim como muitos outros.

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Pela sua ópinião bem haja