sábado, 26 de fevereiro de 2011

ORIGEM DO NOME FRÁDIGAS

Muito se te falado sobre a origem do nome;
FRÁDIGAS,

Dizia-me um dos homens mais velhos de Frádigas no ínicio dos anos de setenta sentado nas escaleiras "escadas" das barreiras onde muitas vezes alimentava meu espirito com aquelas histórias vividas por ele na Europa e América do Sul;
Sabes isto aqui na quinta, quando meu avô cá chegou era só silvados,fragas, medronheiros e matagal.
No início vinham ranchos de gente lá das bandas de São Gião para desbravar estas terras,
muito muito trabalho aqui tiveram para fazer; estas leiras estes fortes,arrancavam de suas terras pela aurora, e daqui só saiam depois do pôr do sol chegando a suas casas mais mortos do que vivos comentavam uns com os outros a triste sorte de suas vidas, das suas canseiras, das suas labutas enfim das suas fadegas.
Alguns desses casais acabaram por se fixar no Outeiro da Cova,uma vez que o trabalho na Quinta era para durar falava-se em mais de trinta mil dias de trabalho de um homem daqueles tempos.
Mas mesmo estando alí proximos do trabalho as canseiras eram muitas, mas meios resignados lá continuavam o seu dia a dia de canseiras, suspirando uns com os outros; fadegas, fadegas só fradegas.

Quem como eu já tem mais de 54 anos decerto que ainda chegou a ouvir estas expreções aos mais velhos de Frádigas; fadegas , fadegas só fradegas e outra fadigas, fadigas só fradigas

E assim eu julgo ter nascido o nome de Frádigas e da Quinta das Fradegas.

Foi na Fontanheira que existiu a primeira escola de Frádigas

Foi na Fontanheira que existiu a primeira escola de Frádigas
Ou melhor funcionava de Inverno na Fontanheira , com os alunos de Frádigas, Cova, Giesteira, Fontão e todo o seu Ribeiro.
De Verão o Professor Turcato "marido da ti Ana Margarida" ia habitar no Pavão para cuidar aí as suas terras e ao mesmo tempo aproveitava para dar aulas aos alunos do Aguincho, Malhadinha e Teixeira.
Não se sabe ao certo o número de alunos na Fontanheira, mas no Pavão chegaram a andar na escola 32 alunos
O Professor Turcato aprendeu com os Jesuítas, julgo ter sido discípulo do Jesuíta Galvão que veio habitar a Malhadinha no tempo do nosso antepassado Costas Largas "deste Jesuíta Galvão resta um pequeno Missal parte do mesmo com matemática" e talvez uma família que o desconhece "como antigo jesuíta"
Este missal foi dado ao ti António do Pavão, julgo que por uma  neta do antigo Jesuíta como forma de pagamento pelo arranjo de uma palheira talvez há mais de 80 anos lá na Malhadinha. O Filho do ti António do Pavão hoje com perto de 90 anos "último homem a nascer no Pavão" guarda esse Missal religiosamente
A escola era paga em géneros, sabe-se que se dava uma ovelha para a primeira parte dos estudos "aprender contas e saber assinar" este curso era o mais frequente,

dava-se uma segunda ovelha ou equivalente para aprender a ler e a escrever
Devo acrescentar que Costas Largas sabia ler e escrever no tempo em que só 10 a 15 por cento da população Portuguesa o conseguia…

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

FONTANHEIRA = FRONTEIRA

FONTANHEIRA = Fronteira
Dividia as freguesias em tempos concelhos de Vide e Loriga, hoje são “Coiços do Moinho” que faz a divisão das actuais freguesias.
FONTANHEIRA, sítio da Freguesia de Loriga, foi quase uma aldeia entre 1880 1935 só que Loriga nunca a aporfilhou como tal, daí que se tenha mantido sempre como um sítio da aldeia do Fontão e a partir de 1940 um sítio da aldeia de Frádigas.
Fontanheira durante cerca de 50 anos foi o centro de convivência de Frádigas.
Até 1937/8 ou seja até ser construída a capela de Frádigas era aí que se realizavam os grandes bailaricos.
Era também na Fontanheira que funcionava a mercearia que abastecia não só a quinta das Frádegas como o Pavão, Outeiro da Cova, Giesteira e todo o Ribeiro do Fontão.
Assim como era na Fontanheira que existia a escola "do Professor Turcato" História que conto mais adiante
Nos seus tempos áureos a Fontanheira terá tido mais de 50 habitantes.
 

COLHÃO DO GALO "COLHÃO DE GALO"

COLHÃO DE GALO
 “Colhão de Galo” é o nome de um sítio das Frádigas entre vários que Frádigas tem. Antes de ser Colhão de Galo era simplesmente conhecido por Chão, mais tarde por Prados do Chão, e mais recentemente por Prados do Colhão de Galo e actualmente Colhão de Galo.
Porquê Colhão de Galo?Quando a Quinta das Frádegas foi repartida, nos Prados do Chão os herdeiros como eram muitos herdaram pequeninas parcelas, só um "colhãozito” (expressão utilizada para designar coisa pouca). colhãozito = colhão de galo.Nota:Quando se tratava de coisa pouca utilizava-se o termo colhãozito.Se de coisa muito pouca se tratasse seria, um coisito.Tratando-se de “muito muito pouco” seria um cisquito.Cisquito em Loriga julgo ser chisquito.Chisquito aqui nas Frádigas só se referia a bebida, como quando o fulano já tinha bebido dizia:Só mais um Chisquito ou só mais um Cisquito dependendo sempre o alcóol que já tinha na dorna.

SEGUNDA GERAÇÃO DA QUINTA DAS FRADEGAS " NASCIDOS 5 NO OUTEIRO, 8 NA QUINTA NOVA E 8 NO ALTO DAS BARREIRAS


 OS 21 NETOS DO "COSTAS LARGAS"

 A Quinta das Frádegas começou por ser habitada na primeira metade do séc.XIX, no sítio do chão, actual casa velha.O seu primeiro habitante foi:
- Manuel João Freire, de cognome «O Costas Largas»
 Faleceu solteiro nos finais do mesmo séc.XIX, embora tivesse tido 2 filhos e 2 filhas que por sua vez lhe deram 21 netos sendo eles:
 1-José João,
 2-António João,
 3-Joaquim Freire,
 4-Manuel Freire,
 5-Ana Mendes,
 6-Maria dos Prazeres,
 7-Maria da Natividade,
 8-Maria do Carmo,
 9-António Martins,
10-Maria da Anunciação Martins,
11-Maria José Martins,
12-Maria Rita Diniz,
13-Maria José Diniz,
14-José das Neves,
15-Alexandrina das Neves,
16-Ana das Neves

Estes16 ficaram a habitar em Frádigas,

17-Manuel Martins, em Ribeira de Balocas,
18-António Diniz, em Barriosa,
19-Maria dos Anjos, em Rio de Mel,
20-Maria da Anunciação, no Brasil,
21-Maria da Natividade Martins, na Argentina.

Destes 21 há 4 que embora não sendo netos de sangue foram criados como tal, sendo hoje os seus descendentes; herdeiros também da Quinta das Fradegas.

Frádigas lugar já era habitada antes; por caseiros dos Lages de Loriga e Barriosa, pois eles eram detentores de 3 parcelas que no seu total não tinham uma área superior a dez por cento do total da Quinta das Fradegas, dos descendentes desses caseiros de poucos se sabe.
Sabe-se sim que a descendência dos 21 netos da Quinta das Fradegas conta hoje cerca de oitocentos membros.
 “CjtM bisneto de Costas Largas”

OS 4 FILHOS DE MANUEL JOÃO FREIRE "O COSTAS LARGAS"

 A primeira geração a nascer na Quinta das Fradegas

1 - José João Freire
2 - Manuel João Freire "Junior"
3 - Joseplina Freire "tiá Zéfa"
4 - Ritta Freire


1- Construio e habitou a actual casa dos herdeiros do tio Joaquim Freire "Joaquim Mendes" e fez a Quinta Nova
2 e 3 - Construiram e habitaram no alto das Barreiras , respetivamente a actual casa do Serafim Martinho e a actual casa dos Caramelos "casas essas que fazem fronteira com a quinta nova"
4 - Deixou os três irmãos nesta forma de triângulo e foi para o Outeiro, construio e habitou a casa do forno

Assim a Quinta das Fradegas deverá ter perdido o seu nome , "devido às partilhas" ; com uma nova Quinta e dentro dela ... A Quinta Nova , as barreiras que já existiam e o outeiro que também passou a ter terra de cultivo.

Raposos de Frádigas

OS RAPOSOS DE FRÁDIGAS
Há muitos anos apareceu nas aldeias do concelho de Seia um almocreve que comprava gaviões a 20 cruzados cada, tempos em que um homem ganhava 5 cruzados por dia.
Muita gente se dedicou a fazer armadilhas para caçar gaviões, devido á grande falta destes "pois várias centenas ou milhares tinham sido apanhados" para continuar o interesse dos "caçadores" o homem ofereceu 50 cruzados por cada gavião
Nisto ausentou-se da zona deixando um capataz a tomar conta do negócio, este capataz percorreu todas as aldeias dizendo que venderia os gaviões a 35 cruzados cada e que diria ao patrão quando chegasse; que uma raposa teria atacado a capoeira onde estes estavam e que teriam fugido pelo buraco aberto pela raposa, muitos foram aqueles que compraram a 35 os gaviões que eles próprios tinham vendido a 20, isto na ganância de os voltarem a vender a 50 cruzados.
Certo é que o capataz também foi embora e assim como o almocreve nunca mais voltou.
Julgo que daí vem o alcunha de raposos os das Frádigas, pois com a sua manha sabedoria ninguém das Frádigas quis comprar por 35 aquilo que tinham vendido a 20.
Eu digo; talvez não fosse manha sabedoria mas sim uma questão de honra
CASO PARA DIZER HONRADOS OS ANTIGOS DE FRÁDIGAS